05 julho 2014

Fome de você




Fome. Fome de você, do seu corpo, do seu cheiro. Fome do seu toque, do seu beijo, do seu sorriso. Fome de você. Fome da sua risada, fome da sua pegada, fome do seu carinho. Não é simples. Simplesmente não vou te achar abrindo a geladeira. Não é uma fome que pode ser matada comendo uma fruta, ou bebendo um copo de água, só fingirá ser saciada, mas depois de uns minutos a minha fome de você aparecerá. Já tentei médico, pastor, amarração. Já tentei conhecer outras comidas, mas nenhuma me apetece, nenhuma tem nada de especial, nenhuma tem o seu sabor. Podia se fácil, ir ao restaurante e pedir: sabor fulano, sim, vou levar pra casa. Embrulha por favor. Não, isso não ajuda, minha fome está no condomínio das Flores, Consolação ap 3. Mas não tenho forças pra chegar até lá, ando fraca, sem fome de mais nada. Ok, tenho medo também, não quero chegar lá e saber que a comida que eu quero não é fabricada mais, ou que ela se mudou para outra cidade, ou mais ainda, que já tem outro alguém... Essa comida em especial não pode ser dividida e eu queria que ela fosse só minha. Talvez com o tempo eu saiba como saciá-la sem realmente tê-la. É possível? Não sei, só sei que por um momento esqueço que ela existe, dormindo. Quem dera estar acordada e continuar dormindo. Quem dera eu matar minha fome de manhã, ou depois do trabalho estressante, ou após enfrentar um trânsito horrível, pelo menos saberia que a comida estaria lá e ela me completaria. Agora me sinto uma bulímica, tudo me enjoa, nada me satisfaz. Culpa sua que existiu, ainda mais na minha vida. Eu queria não ter conhecido comidas tão boas. Poderia ficar no prato simples, mas veio você doce, com todos esses ingredientes e me deixou assim. Acho que nunca mais fui a mesma. Você tem delivery? Estou faminta de você!

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